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Fotossíntese
Quando os sacerdotes das religiões primitivas prestavam culto ao Sol, estavam
certamente executando algo mais que um mero ato simbólico. De uma forma ou de
outra, reconheciam um fato mais tarde confirmado pela ciência moderna: toda a vida
terrestre depende em última análise das radiações solares, graças às quais se forma a
matéria orgânica.
Fotossíntese é o processo pelo qual as plantas verdes e alguns outros organismos
transformam energia luminosa em energia química. Nas plantas verdes, a fotossíntese
aproveita a energia da luz solar para converter dióxido de carbono, água e minerais
em compostos orgânicos e oxigênio gasoso. Além das plantas verdes, incluem-se
entre os organismos fotossintéticos certos protistas (como as diatomáceas e as
euglenoidinas), as cianófitas (algas verde-azuladas) e diversas bactérias.
Características gerais. Por meio da fotossíntese constituem-se substâncias complexas
integradas por elevado número de átomos. Para isso, parte-se de compostos muito
simples, por meio dos quais se cria o alimento básico de que dependem numerosos
organismos, entre os quais os fungos e os animais, incapazes de realizar o processo
por si mesmos e, por isso, obrigados a obter a matéria orgânica já elaborada. As
bactérias fotossintéticas que executam esse processo são chamadas autotróficas, isto é,
promovem a síntese do próprio alimento, em oposição às heterotróficas, que vivem à
custa de outros seres vivos.
Aristóteles já havia observado que as plantas necessitavam de luz solar para adquirir a
cor verde, mas o estudo propriamente dito da fotossíntese começou em 1771 com as
observações efetuadas por Joseph Priestley. Esse químico inglês comprovou que uma
planta confinada numa redoma de cristal produzia uma substância (mais tarde
identificada como o oxigênio) que permitia a combustão. Também na segunda metade
do século XVIII o holandês Jan Ingenhousz sustentou que o dióxido de carbono do ar
era utilizado como nutriente pelas plantas, e no começo do século XIX Nicolas-
Théodore de Saussure demonstrou que os vegetais incorporavam água a seus tecidos.
Outros dados vieram completar os conhecimentos até então disponíveis sobre a
nutrição vegetal. Observou-se, por exemplo, que o nitrogênio era sempre retirado do
solo, assim como diversos sais e minerais, e que a energia proveniente do Sol se
transformava de algum modo em energia química, que ficava armazenada numa série
de produtos em virtude de um processo já então denominado fotossíntese.
Na segunda década do século XIX, isolou-se uma substância, a clorofila, que é a
responsável pela cor verde das plantas e desempenha papel importante na síntese da
matéria orgânica; mais tarde, Julius von Sachs demonstrou que esse composto se
localizava em orgânulos celulares característicos, posteriormente chamados
cloroplastos. O desenvolvimento das técnicas bioquímicas possibilitou em 1954 isolar
e extrair intactos esses orgânulos, quando Daniel Israel Arnon obteve cloroplastos a
partir das células do espinafre e conseguiu reproduzir em laboratório as reações
completas da fotossíntese.
Essas e outras descobertas permitiram determinar que a fotossíntese ocorre em duas
fases: uma clara, em que a energia luminosa solar é captada e a molécula de água se
decompõe para utilização do hidrogênio e liberação do oxigênio, e outra escura, em
que se verifica o chamado ciclo de Calvin, assim denominado em homenagem ao
bioquímico americano Melvin Calvin, que o pesquisou. Nessa fase, o carbono
procedente do dióxido de carbono do ar se fixa e se integra numa molécula
carboidratada.
Cloroplastos. A fotossíntese produz-se em orgânulos especiais da célula vegetal
denominados cloroplastos, de forma alongada, elíptica ou globular e revestidos de
uma membrana dupla. Em certas algas unicelulares só existe um cloroplasto,
enquanto em outras, como as do gênero Spirogyra, o orgânulo é achatado como uma
fita, e dispõe-se helicoidalmente. Nas plantas superiores pode haver várias dezenas de
cloroplastos, cujo tamanho se mede em micrômetros (um micrômetro é a milésima
parte de um milímetro).
A membrana externa é muito frágil e a interna apresenta numerosas dobras que
formam discos achatados chamados tilacóides, que por sua vez se empilham e
formam estruturas denominadas granos (ou grana, plural latino de granum). Aqui se
realiza a fase clara da fotossíntese. Os granos são unidos entre si por pequenas
lâminas semelhantes a varetas, as lamelas. O resto do conteúdo do cloroplasto,
semifluido, é o que se conhece como estroma e nele ocorrem a fase escura e o ciclo de
fixação do carbono. Os cloroplastos encontram-se nos órgãos verdes da planta, mas
são especialmente abundantes nas folhas, órgãos em que se realiza a maior parte da
fotossíntese nos vegetais superiores.
Clorofila. A substância a que as plantas devem sua cor verde e que é um dos
principais pigmentos captadores da luz é a clorofila. Além dela, existem outros
compostos fotossintéticos como as ficobilinas, de cor azul ou avermelhada, ou os
carotenóides, amarelados e responsáveis pelas cores purpúreas, vermelhas ou
alaranjadas de muitas algas.
A molécula da clorofila apresenta grande complexidade estrutural e compõe-se de
diversos elementos como carbono, oxigênio, hidrogênio e nitrogênio, mais um átomo
de magnésio. Este último se encontra unido a quatro átomos de nitrogênio, que
constituem uma série de anéis ou estruturas químicas fechadas, os núcleos pirrólicos.
Existe ainda uma longa cadeia chamada fitol, que se forma como uma comprida cauda
e é integrada, quase totalmente, por átomos de carbono e de hidrogênio.
Diferenciam-se vários tipos de clorofila, cada um dos quais se encontra
preferencialmente num determinado organismo vegetal. Assim, as plantas superiores
dispõem dos tipos a e b, enquanto as algas vermelhas têm clorofila d e as bactérias
fotossintéticas possuem uma molécula mais simples, a bacterioclorofila. A clorofila
tem a propriedade de absorver energia luminosa e emitir um elétron de sua molécula,
o qual é transferido para outros compostos e transportado para utilização na fase
escura.
Fase clara. A fase clara da fotossíntese verifica-se na presença da luz, pois é ela que
fornece a energia necessária para que ocorra todo o processo. A energia luminosa
quebra a molécula de água, formada por dois átomos de hidrogênio e um de oxigênio
(H2O), e libera o hidrogênio componente, enquanto o oxigênio se desprende, reação
que se denomina fotólise da água. Os hidrogênios serão empregados na formação de
uma série de moléculas redutoras (passam elétrons para outras), que mais tarde cedem
o mesmo hidrogênio ao dióxido de carbono (CO2), na fase escura.
Ao mesmo tempo, a luz chega à clorofila e faz com que desta se desprendam elétrons,
que passarão aos hidrogênios originados na fotólise da água por meio de uma cadeia
de substâncias transportadoras.
Na fase clara, portanto, prepara-se o material redutor (que cede elétrons) necessário à
segunda fase do processo fotossintético; produz-se oxigênio como resultado da quebra
da molécula de água; e formam-se, graças à contribuição energética da luz,
substâncias ricas em energia conhecidas como ATP (trifosfato de adenosina). Estas
contêm átomos de fósforo e, quando se decompõem, liberam a energia nelas
encerrada e possibilitam a ocorrência de reações biológicas imprescindíveis à vida do
organismo. O ATP pode ser considerado o combustível molecular dos seres vivos.
Em algumas bactérias fotossintéticas, a fase clara não determina o desprendimento de
oxigênio para o meio, já que contêm um tipo de clorofila diferente daquele que
possuem as plantas superiores.
Fase escura. Na ausência da luz, ocorrem no estroma do cloroplasto diversas e
complicadas reações (o ciclo de Calvin), graças às quais se formam as moléculas de
açúcares de que a planta necessita para viver. O carbono da molécula de dióxido de
carbono (CO2), que o vegetal tira do ar, capta os elétrons cedidos pelas moléculas
redutoras presentes no cloroplasto e passa a fazer parte de uma molécula de pentose,
açúcar de cinco átomos de carbono, que mais tarde se fraciona em duas moléculas,
cada uma com três átomos de carbono.
Esses últimos compostos sofrem uma série de modificações e, após sucessivos ciclos,
formam uma molécula de glicose, açúcar de grande importância para o metabolismo
de numerosos seres vivos. Como ocorre com todas as reações produzidas nos
organismos vivos, esses processos são regulados por diversas enzimas, compostos que
possibilitam e aceleram a conversão de umas substâncias em outras.
Fotossíntese e respiração. As células das plantas têm determinadas necessidades
energéticas para poderem realizar suas funções, e para tal requerem um consumo
contínuo de oxigênio. Dessa forma, os vegetais produzem oxigênio na fase clara da
fotossíntese e, paralelamente, absorvem esse elemento do meio em que se encontram.
Do que se acaba de expor, poder-se-ia deduzir que o balanço líquido estaria
equilibrado e que, em definitivo, não se geraria excedente de oxigênio, mas isso não é
certo: na realidade, a quantidade produzida durante o dia ultrapassa significativamente
a consumida.
A maior percentagem de oxigênio produzido corresponde às algas marinhas e às
plantas unicelulares. Entre as plantas superiores, a contribuição mais notável é a dos
grandes bosques e florestas tropicais. Nesse sentido, justifica-se classificar a
Amazônia como o autêntico pulmão da Terra, pelo que a intervenção humana na
região deve ser particularmente prudente, a fim de não alterar de forma irreversível
esse verdadeiro paraíso: a alteração acarretaria conseqüências imprevisíveis em escala
planetária.
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Fotossíntese
Fotossíntese
Quando os sacerdotes das religiões primitivas prestavam culto ao Sol, estavam
certamente executando algo mais que um mero ato simbólico. De uma forma ou de
outra, reconheciam um fato mais tarde confirmado pela ciência moderna: toda a vida
terrestre depende em última análise das radiações solares, graças às quais se forma a
matéria orgânica.
Fotossíntese é o processo pelo qual as plantas verdes e alguns outros organismos
transformam energia luminosa em energia química. Nas plantas verdes, a fotossíntese
aproveita a energia da luz solar para converter dióxido de carbono, água e minerais
em compostos orgânicos e oxigênio gasoso. Além das plantas verdes, incluem-se
entre os organismos fotossintéticos certos protistas (como as diatomáceas e as
euglenoidinas), as cianófitas (algas verde-azuladas) e diversas bactérias.
Características gerais. Por meio da fotossíntese constituem-se substâncias complexas
integradas por elevado número de átomos. Para isso, parte-se de compostos muito
simples, por meio dos quais se cria o alimento básico de que dependem numerosos
organismos, entre os quais os fungos e os animais, incapazes de realizar o processo
por si mesmos e, por isso, obrigados a obter a matéria orgânica já elaborada. As
bactérias fotossintéticas que executam esse processo são chamadas autotróficas, isto é,
promovem a síntese do próprio alimento, em oposição às heterotróficas, que vivem à
custa de outros seres vivos.
Aristóteles já havia observado que as plantas necessitavam de luz solar para adquirir a
cor verde, mas o estudo propriamente dito da fotossíntese começou em 1771 com as
observações efetuadas por Joseph Priestley. Esse químico inglês comprovou que uma
planta confinada numa redoma de cristal produzia uma substância (mais tarde
identificada como o oxigênio) que permitia a combustão. Também na segunda metade
do século XVIII o holandês Jan Ingenhousz sustentou que o dióxido de carbono do ar
era utilizado como nutriente pelas plantas, e no começo do século XIX Nicolas-
Théodore de Saussure demonstrou que os vegetais incorporavam água a seus tecidos.
Outros dados vieram completar os conhecimentos até então disponíveis sobre a
nutrição vegetal. Observou-se, por exemplo, que o nitrogênio era sempre retirado do
solo, assim como diversos sais e minerais, e que a energia proveniente do Sol se
transformava de algum modo em energia química, que ficava armazenada numa série
de produtos em virtude de um processo já então denominado fotossíntese.
Na segunda década do século XIX, isolou-se uma substância, a clorofila, que é a
responsável pela cor verde das plantas e desempenha papel importante na síntese da
matéria orgânica; mais tarde, Julius von Sachs demonstrou que esse composto se
localizava em orgânulos celulares característicos, posteriormente chamados
cloroplastos. O desenvolvimento das técnicas bioquímicas possibilitou em 1954 isolar
e extrair intactos esses orgânulos, quando Daniel Israel Arnon obteve cloroplastos a
partir das células do espinafre e conseguiu reproduzir em laboratório as reações
completas da fotossíntese.
Essas e outras descobertas permitiram determinar que a fotossíntese ocorre em duas
fases: uma clara, em que a energia luminosa solar é captada e a molécula de água se
decompõe para utilização do hidrogênio e liberação do oxigênio, e outra escura, em
que se verifica o chamado ciclo de Calvin, assim denominado em homenagem ao
bioquímico americano Melvin Calvin, que o pesquisou. Nessa fase, o carbono
procedente do dióxido de carbono do ar se fixa e se integra numa molécula
carboidratada.
Cloroplastos. A fotossíntese produz-se em orgânulos especiais da célula vegetal
denominados cloroplastos, de forma alongada, elíptica ou globular e revestidos de
uma membrana dupla. Em certas algas unicelulares só existe um cloroplasto,
enquanto em outras, como as do gênero Spirogyra, o orgânulo é achatado como uma
fita, e dispõe-se helicoidalmente. Nas plantas superiores pode haver várias dezenas de
cloroplastos, cujo tamanho se mede em micrômetros (um micrômetro é a milésima
parte de um milímetro).
A membrana externa é muito frágil e a interna apresenta numerosas dobras que
formam discos achatados chamados tilacóides, que por sua vez se empilham e
formam estruturas denominadas granos (ou grana, plural latino de granum). Aqui se
realiza a fase clara da fotossíntese. Os granos são unidos entre si por pequenas
lâminas semelhantes a varetas, as lamelas. O resto do conteúdo do cloroplasto,
semifluido, é o que se conhece como estroma e nele ocorrem a fase escura e o ciclo de
fixação do carbono. Os cloroplastos encontram-se nos órgãos verdes da planta, mas
são especialmente abundantes nas folhas, órgãos em que se realiza a maior parte da
fotossíntese nos vegetais superiores.
Clorofila. A substância a que as plantas devem sua cor verde e que é um dos
principais pigmentos captadores da luz é a clorofila. Além dela, existem outros
compostos fotossintéticos como as ficobilinas, de cor azul ou avermelhada, ou os
carotenóides, amarelados e responsáveis pelas cores purpúreas, vermelhas ou
alaranjadas de muitas algas.
A molécula da clorofila apresenta grande complexidade estrutural e compõe-se de
diversos elementos como carbono, oxigênio, hidrogênio e nitrogênio, mais um átomo
de magnésio. Este último se encontra unido a quatro átomos de nitrogênio, que
constituem uma série de anéis ou estruturas químicas fechadas, os núcleos pirrólicos.
Existe ainda uma longa cadeia chamada fitol, que se forma como uma comprida cauda
e é integrada, quase totalmente, por átomos de carbono e de hidrogênio.
Diferenciam-se vários tipos de clorofila, cada um dos quais se encontra
preferencialmente num determinado organismo vegetal. Assim, as plantas superiores
dispõem dos tipos a e b, enquanto as algas vermelhas têm clorofila d e as bactérias
fotossintéticas possuem uma molécula mais simples, a bacterioclorofila. A clorofila
tem a propriedade de absorver energia luminosa e emitir um elétron de sua molécula,
o qual é transferido para outros compostos e transportado para utilização na fase
escura.
Fase clara. A fase clara da fotossíntese verifica-se na presença da luz, pois é ela que
fornece a energia necessária para que ocorra todo o processo. A energia luminosa
quebra a molécula de água, formada por dois átomos de hidrogênio e um de oxigênio
(H2O), e libera o hidrogênio componente, enquanto o oxigênio se desprende, reação
que se denomina fotólise da água. Os hidrogênios serão empregados na formação de
uma série de moléculas redutoras (passam elétrons para outras), que mais tarde cedem
o mesmo hidrogênio ao dióxido de carbono (CO2), na fase escura.
Ao mesmo tempo, a luz chega à clorofila e faz com que desta se desprendam elétrons,
que passarão aos hidrogênios originados na fotólise da água por meio de uma cadeia
de substâncias transportadoras.
Na fase clara, portanto, prepara-se o material redutor (que cede elétrons) necessário à
segunda fase do processo fotossintético; produz-se oxigênio como resultado da quebra
da molécula de água; e formam-se, graças à contribuição energética da luz,
substâncias ricas em energia conhecidas como ATP (trifosfato de adenosina). Estas
contêm átomos de fósforo e, quando se decompõem, liberam a energia nelas
encerrada e possibilitam a ocorrência de reações biológicas imprescindíveis à vida do
organismo. O ATP pode ser considerado o combustível molecular dos seres vivos.
Em algumas bactérias fotossintéticas, a fase clara não determina o desprendimento de
oxigênio para o meio, já que contêm um tipo de clorofila diferente daquele que
possuem as plantas superiores.
Fase escura. Na ausência da luz, ocorrem no estroma do cloroplasto diversas e
complicadas reações (o ciclo de Calvin), graças às quais se formam as moléculas de
açúcares de que a planta necessita para viver. O carbono da molécula de dióxido de
carbono (CO2), que o vegetal tira do ar, capta os elétrons cedidos pelas moléculas
redutoras presentes no cloroplasto e passa a fazer parte de uma molécula de pentose,
açúcar de cinco átomos de carbono, que mais tarde se fraciona em duas moléculas,
cada uma com três átomos de carbono.
Esses últimos compostos sofrem uma série de modificações e, após sucessivos ciclos,
formam uma molécula de glicose, açúcar de grande importância para o metabolismo
de numerosos seres vivos. Como ocorre com todas as reações produzidas nos
organismos vivos, esses processos são regulados por diversas enzimas, compostos que
possibilitam e aceleram a conversão de umas substâncias em outras.
Fotossíntese e respiração. As células das plantas têm determinadas necessidades
energéticas para poderem realizar suas funções, e para tal requerem um consumo
contínuo de oxigênio. Dessa forma, os vegetais produzem oxigênio na fase clara da
fotossíntese e, paralelamente, absorvem esse elemento do meio em que se encontram.
Do que se acaba de expor, poder-se-ia deduzir que o balanço líquido estaria
equilibrado e que, em definitivo, não se geraria excedente de oxigênio, mas isso não é
certo: na realidade, a quantidade produzida durante o dia ultrapassa significativamente
a consumida.
A maior percentagem de oxigênio produzido corresponde às algas marinhas e às
plantas unicelulares. Entre as plantas superiores, a contribuição mais notável é a dos
grandes bosques e florestas tropicais. Nesse sentido, justifica-se classificar a
Amazônia como o autêntico pulmão da Terra, pelo que a intervenção humana na
região deve ser particularmente prudente, a fim de não alterar de forma irreversível
esse verdadeiro paraíso: a alteração acarretaria conseqüências imprevisíveis em escala
planetária.
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sexta-feira, 2 de julho de 2010
Vermes
Vermes
Nome popular dos seres vivos pluricelulares pertencentes aos filos
platelmintos e nematelmintos do reino Metazoa. Apresentam corpos
tubulares alongados, que podem ser achatados (platelmintos) ou
cilíndricos (nematelmintos). Alguns têm vida livre e vivem no mar, rios
ou ambientes terrestres, e outros são parasitas, ou seja, vivem às custas
dos animais hospedeiros. Os parasitas causam doenças infecciosas e
parasitárias como ascaridíase, amarelão, cisticercose, esquistossomose e
teníase ou solitária.
Platelmintos – Dividem-se em três classes – tuberlários, trematódeos e
cestódeos – de acordo com o modo de vida (livre ou parasitária). Os
tuberlários, como a planária (Dugesia tigrina), são seres de vida livre.
Os trematódeos podem ser ectoparasitas (vivem externamente ao
hospedeiro), como o Gyrodactylus, que habita as brânquias de certos
peixes, ou endoparasitas (vivem e reproduzem-se no interior do
hospedeiro). Exemplos de endoparasitas são a Fasciola hepatica, que
habita o fígado do carneiro, e o Schistosoma mansoni, que causa a
esquistossomose. No ciclo de vida de um trematódeo, os vermes adultos
produzem ovos que são eliminados do hospedeiro definitivo (homem) e
originam vários estágios larvais relacionados ao hospedeiro intermediário
(molusco aquático). Os cestódeos são todos endoparasitas, como as tênias.
As formas adultas da tênia produzem a teníase no hospedeiro definitivo (o
homem) e as formas larvais são responsáveis pela cisticercose, na qual o
homem serve como hospedeiro intermediário.
Nematelmintos – Os nematelmintos podem ter vida livre ou ser parasitas de
plantas e animais. Neste caso, os vermes adultos habitam a cavidade
intestinal do hospedeiro e produzem ovos, que eliminados pelas fezes
contaminam a água e os alimentos. Em seu ciclo de vida não há hospedeiro
intermediário. O nematelminto parasita mais conhecido é o Ascaris
lumbricoides, a lombriga, que provoca a ascaridíase. Outros exemplos de
nematelmintos são o Necator americanus e o Ancylostoma duodenale, que
habitam o intestino humano e provocam a doença conhecida como amarelão.
Doenças infecciosas
Processos infecciosos causados por diferentes microrganismos – bactérias
, fungos, protozoários , vermes e vírus – que penetram, se desenvolvem
e se multiplicam no organismo humano. Quando o agente causador é um
protozoário ou um verme, a doença infecciosa é chamada de parasitária.
Segundo seu aparecimento e evolução, as doenças infecciosas podem ser
epidêmicas, endêmicas e pandêmicas. As doenças epidêmicas são aquelas com
ocorrência de muitos casos num dado período e com tendência a
desaparecer, como o dengue e a cólera. As endêmicas apresentam quantidade
significativa de casos em certas regiões, como a malária na Amazônia. E
as pandêmicas são as que têm muitos casos espalhados pelo planeta ou
continente, como a Aids .
Uma parte das doenças infecciosas pode ser evitada com vacinas
específicas e medidas de educação sanitária, como beber água fervida ou
clorada e só comer verduras e legumes crus bem lavados.
Segundo o Ministério da Saúde, as doenças infecciosas e parasitárias
foram responsáveis por 39.548 óbitos no país em 1995, o correspondente a
5,3% do total de mortes no ano.
Formas de contágio – As doenças infecciosas podem ser transmitidas por
contato direto, indireto, por uma fonte comum contaminada ou por vetores
(agentes que transmitem os microrganismos). Formas de contato direto são,
por exemplo, muco ou gotículas de saliva expelidas ao tossir, espirrar ou
falar. O contato indireto dá-se por vias como o uso compartilhado de
determinados objetos. Fontes comuns contaminadas podem ser sangue (no
caso de uma transfusão sanguínea), água e alimentos. Exemplos de vetores
são mosquitos e caramujos. Várias doenças infecciosas têm mais de uma
forma de contágio.
Parasitismo – Relação temporária entre seres de espécies diferentes, na
qual um deles, o parasita, vive às custas do outro, o hospedeiro. Nessa
associação, o parasita obtém alimento através do hospedeiro, que é
prejudicado de alguma forma. Os parasitas mais comuns são os protozoários
e os vermes. O parasitismo pode ser externo (ectoparasitismo), como
piolhos, pulgas e carrapatos, ou interno (endoparasitismo), como
protozoários e vermes.
Bactéria
Ser vivo unicelular e microscópico, pertencente ao Reino Monera. Assim
como todos os seres deste grupo, é formada por uma célula procarionte
(desprovida de membrana nuclear). Por não apresentar o envoltório
protetor do núcleo, o material genético (cromatina), constituído por uma
única molécula de DNA (ácido desoxirribonucléico), encontra-se disperso
no citoplasma. Apresenta membrana plasmática recoberta e protegida pela
parede celular, de consistência gelatinosa. As bactérias causam várias
doenças infecciosas . A transmissão pode ser feita pelo ar ou por contato
direto (gotículas de saliva ou muco) ou indireto.
As bactérias podem ser classificadas segundo a forma. As esféricas são
chamadas cocos; as alongadas em forma de bastão são os bacilos; as
espiriladas, espirilos; e as em formato de meia-espiral denominam-se
vibriões. Algumas espécies, para melhor desenvolverem as funções de
nutrição e proteção, podem apresentar-se em agrupamentos celulares
(colônias). Os agrupamentos podem ser aos pares (diplococos), em forma de
colar (estreptococos) ou de cacho de uva (estafilococos). Muito
resistentes a variações de temperatura e também a agentes químicos,
algumas bactérias apresentam filamentos móveis chamados flagelos, para a
locomoção. A maioria das doenças causadas por bactérias é tratada com
antibióticos, substância produzida por microrganismos (os mais comuns são
os fungos) ou sintetizada em laboratório, capazes de impedir o
crescimento ou mesmo destruir as bactérias. Porém, o tratamento nem
sempre é eficaz, pois elas desenvolvem resistência contra determinados
medicamentos, que perdem seu efeito.
Algumas espécies de bactérias podem provocar doenças fatais. É o caso da
Staphylococcus aureus (causa infecções de pele) e da Streptococcus beta
hemolíticos (causadora da escarlatina), que estimulam a superativação dos
linfócitos , os glóbulos brancos responsáveis pela defesa do organismo.
Ao produzirem grande quantidade de citosinas e óxido nítrico, causam um
grave desequilíbrio na composição e circulação sanguínea , que pode
resultar na morte do paciente. Este quadro clínico é conhecido como
Síndrome da Reação Inflamatória Sistêmica (SIRS). Outros tipos, como a
Escherichia coli (causadora de diarréia) e a Salmonella typhi (causadora
da febre tifóide), que se alojam na região intestinal, podem atingir a
circulação sanguínea e provocar uma infecção generalizada, que também
pode levar à morte. Mas a maior parte das espécies de bactéria é benéfica
ao homem. Elas são responsáveis, por exemplo, pela fixação do nitrogênio
da atmosfera no solo, fundamental para o desenvolvimento das plantas.
Também realizam a fermentação necessária para a fabricação de produtos
como vinagres e queijos.
Vírus
Ser vivo microscópico e acelular (não é composto por células) formado
por uma molécula de ácido nucléico (DNA ou RNA), envolta por uma cápsula
protéica. Apresenta-se sob diferentes formas: oval, esférica, cilíndrica,
poliédrica ou de bastonete. Por ser incapaz de realizar todas as funções
vitais, é sempre um parasita celular, ou seja, necessita de um animal,
planta ou bactéria para multiplicar-se e desenvolver-se. Ao se reproduzir
dentro de uma célula, acaba por lesá-la. Na reprodução, qualquer
modificação no DNA provoca uma mutação, gerando novos tipos de vírus.
Grande parte das doenças infecciosas e parasitárias é causada por vírus,
como a Aids , a catapora, a dengue, a rubéola e o sarampo. A transmissão
pode ser feita pelo ar, por contato direto (gotículas de saliva ou muco)
e indireto (utensílios, água e alimentos contaminados ou picada de
animais). O tratamento de uma infecção viral geralmente é restrito apenas
ao alívio dos sintomas, com o uso de analgésicos e antitérmicos para
diminuir a dor de cabeça e reduzir a febre. Há poucas drogas que podem
ser usadas no combate de uma infecção viral, pois ao destruírem o vírus
acabam por destruir também a célula. Quase todas as doenças causadas por
vírus podem ser prevenidas com vacinas.
A febre é um sintoma comum a todas as infecções virais. Outros sinais
característicos presentes na maioria das infecções são dor de garganta,
fadiga, calafrio, dor de cabeça e perda de apetite. Mas grande parte das
doenças apresenta uma sintomatologia própria. Por exemplo, a manifestação
de pequenas elevações eruptivas avermelhadas na pele caracteriza a
rubéola e a catapora ou varicela. No sarampo, são comuns erupções na
mucosa bucal e o surgimento de manchas avermelhadas na pele. A inflamação
e o inchaço das glândulas salivares são sintomas específicos da caxumba.
Na poliomielite ocorre rigidez da nuca e perturbações físicas que podem
causar paralisia e atrofia de certas partes do corpo. Na febre amarela e
na hepatite infecciosa viral há náuseas e vômitos.
Texto gentilmente cedido por André do Canto Silva ( andresti@sti.com.br
)
BIBLIOTECA VIRTUAL
http://www.bibliotecavirtual.com.br
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