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Fotossíntese
Quando os sacerdotes das religiões primitivas prestavam culto ao Sol, estavam
certamente executando algo mais que um mero ato simbólico. De uma forma ou de
outra, reconheciam um fato mais tarde confirmado pela ciência moderna: toda a vida
terrestre depende em última análise das radiações solares, graças às quais se forma a
matéria orgânica.
Fotossíntese é o processo pelo qual as plantas verdes e alguns outros organismos
transformam energia luminosa em energia química. Nas plantas verdes, a fotossíntese
aproveita a energia da luz solar para converter dióxido de carbono, água e minerais
em compostos orgânicos e oxigênio gasoso. Além das plantas verdes, incluem-se
entre os organismos fotossintéticos certos protistas (como as diatomáceas e as
euglenoidinas), as cianófitas (algas verde-azuladas) e diversas bactérias.
Características gerais. Por meio da fotossíntese constituem-se substâncias complexas
integradas por elevado número de átomos. Para isso, parte-se de compostos muito
simples, por meio dos quais se cria o alimento básico de que dependem numerosos
organismos, entre os quais os fungos e os animais, incapazes de realizar o processo
por si mesmos e, por isso, obrigados a obter a matéria orgânica já elaborada. As
bactérias fotossintéticas que executam esse processo são chamadas autotróficas, isto é,
promovem a síntese do próprio alimento, em oposição às heterotróficas, que vivem à
custa de outros seres vivos.
Aristóteles já havia observado que as plantas necessitavam de luz solar para adquirir a
cor verde, mas o estudo propriamente dito da fotossíntese começou em 1771 com as
observações efetuadas por Joseph Priestley. Esse químico inglês comprovou que uma
planta confinada numa redoma de cristal produzia uma substância (mais tarde
identificada como o oxigênio) que permitia a combustão. Também na segunda metade
do século XVIII o holandês Jan Ingenhousz sustentou que o dióxido de carbono do ar
era utilizado como nutriente pelas plantas, e no começo do século XIX Nicolas-
Théodore de Saussure demonstrou que os vegetais incorporavam água a seus tecidos.
Outros dados vieram completar os conhecimentos até então disponíveis sobre a
nutrição vegetal. Observou-se, por exemplo, que o nitrogênio era sempre retirado do
solo, assim como diversos sais e minerais, e que a energia proveniente do Sol se
transformava de algum modo em energia química, que ficava armazenada numa série
de produtos em virtude de um processo já então denominado fotossíntese.
Na segunda década do século XIX, isolou-se uma substância, a clorofila, que é a
responsável pela cor verde das plantas e desempenha papel importante na síntese da
matéria orgânica; mais tarde, Julius von Sachs demonstrou que esse composto se
localizava em orgânulos celulares característicos, posteriormente chamados
cloroplastos. O desenvolvimento das técnicas bioquímicas possibilitou em 1954 isolar
e extrair intactos esses orgânulos, quando Daniel Israel Arnon obteve cloroplastos a
partir das células do espinafre e conseguiu reproduzir em laboratório as reações
completas da fotossíntese.
Essas e outras descobertas permitiram determinar que a fotossíntese ocorre em duas
fases: uma clara, em que a energia luminosa solar é captada e a molécula de água se
decompõe para utilização do hidrogênio e liberação do oxigênio, e outra escura, em
que se verifica o chamado ciclo de Calvin, assim denominado em homenagem ao
bioquímico americano Melvin Calvin, que o pesquisou. Nessa fase, o carbono
procedente do dióxido de carbono do ar se fixa e se integra numa molécula
carboidratada.
Cloroplastos. A fotossíntese produz-se em orgânulos especiais da célula vegetal
denominados cloroplastos, de forma alongada, elíptica ou globular e revestidos de
uma membrana dupla. Em certas algas unicelulares só existe um cloroplasto,
enquanto em outras, como as do gênero Spirogyra, o orgânulo é achatado como uma
fita, e dispõe-se helicoidalmente. Nas plantas superiores pode haver várias dezenas de
cloroplastos, cujo tamanho se mede em micrômetros (um micrômetro é a milésima
parte de um milímetro).
A membrana externa é muito frágil e a interna apresenta numerosas dobras que
formam discos achatados chamados tilacóides, que por sua vez se empilham e
formam estruturas denominadas granos (ou grana, plural latino de granum). Aqui se
realiza a fase clara da fotossíntese. Os granos são unidos entre si por pequenas
lâminas semelhantes a varetas, as lamelas. O resto do conteúdo do cloroplasto,
semifluido, é o que se conhece como estroma e nele ocorrem a fase escura e o ciclo de
fixação do carbono. Os cloroplastos encontram-se nos órgãos verdes da planta, mas
são especialmente abundantes nas folhas, órgãos em que se realiza a maior parte da
fotossíntese nos vegetais superiores.
Clorofila. A substância a que as plantas devem sua cor verde e que é um dos
principais pigmentos captadores da luz é a clorofila. Além dela, existem outros
compostos fotossintéticos como as ficobilinas, de cor azul ou avermelhada, ou os
carotenóides, amarelados e responsáveis pelas cores purpúreas, vermelhas ou
alaranjadas de muitas algas.
A molécula da clorofila apresenta grande complexidade estrutural e compõe-se de
diversos elementos como carbono, oxigênio, hidrogênio e nitrogênio, mais um átomo
de magnésio. Este último se encontra unido a quatro átomos de nitrogênio, que
constituem uma série de anéis ou estruturas químicas fechadas, os núcleos pirrólicos.
Existe ainda uma longa cadeia chamada fitol, que se forma como uma comprida cauda
e é integrada, quase totalmente, por átomos de carbono e de hidrogênio.
Diferenciam-se vários tipos de clorofila, cada um dos quais se encontra
preferencialmente num determinado organismo vegetal. Assim, as plantas superiores
dispõem dos tipos a e b, enquanto as algas vermelhas têm clorofila d e as bactérias
fotossintéticas possuem uma molécula mais simples, a bacterioclorofila. A clorofila
tem a propriedade de absorver energia luminosa e emitir um elétron de sua molécula,
o qual é transferido para outros compostos e transportado para utilização na fase
escura.
Fase clara. A fase clara da fotossíntese verifica-se na presença da luz, pois é ela que
fornece a energia necessária para que ocorra todo o processo. A energia luminosa
quebra a molécula de água, formada por dois átomos de hidrogênio e um de oxigênio
(H2O), e libera o hidrogênio componente, enquanto o oxigênio se desprende, reação
que se denomina fotólise da água. Os hidrogênios serão empregados na formação de
uma série de moléculas redutoras (passam elétrons para outras), que mais tarde cedem
o mesmo hidrogênio ao dióxido de carbono (CO2), na fase escura.
Ao mesmo tempo, a luz chega à clorofila e faz com que desta se desprendam elétrons,
que passarão aos hidrogênios originados na fotólise da água por meio de uma cadeia
de substâncias transportadoras.
Na fase clara, portanto, prepara-se o material redutor (que cede elétrons) necessário à
segunda fase do processo fotossintético; produz-se oxigênio como resultado da quebra
da molécula de água; e formam-se, graças à contribuição energética da luz,
substâncias ricas em energia conhecidas como ATP (trifosfato de adenosina). Estas
contêm átomos de fósforo e, quando se decompõem, liberam a energia nelas
encerrada e possibilitam a ocorrência de reações biológicas imprescindíveis à vida do
organismo. O ATP pode ser considerado o combustível molecular dos seres vivos.
Em algumas bactérias fotossintéticas, a fase clara não determina o desprendimento de
oxigênio para o meio, já que contêm um tipo de clorofila diferente daquele que
possuem as plantas superiores.
Fase escura. Na ausência da luz, ocorrem no estroma do cloroplasto diversas e
complicadas reações (o ciclo de Calvin), graças às quais se formam as moléculas de
açúcares de que a planta necessita para viver. O carbono da molécula de dióxido de
carbono (CO2), que o vegetal tira do ar, capta os elétrons cedidos pelas moléculas
redutoras presentes no cloroplasto e passa a fazer parte de uma molécula de pentose,
açúcar de cinco átomos de carbono, que mais tarde se fraciona em duas moléculas,
cada uma com três átomos de carbono.
Esses últimos compostos sofrem uma série de modificações e, após sucessivos ciclos,
formam uma molécula de glicose, açúcar de grande importância para o metabolismo
de numerosos seres vivos. Como ocorre com todas as reações produzidas nos
organismos vivos, esses processos são regulados por diversas enzimas, compostos que
possibilitam e aceleram a conversão de umas substâncias em outras.
Fotossíntese e respiração. As células das plantas têm determinadas necessidades
energéticas para poderem realizar suas funções, e para tal requerem um consumo
contínuo de oxigênio. Dessa forma, os vegetais produzem oxigênio na fase clara da
fotossíntese e, paralelamente, absorvem esse elemento do meio em que se encontram.
Do que se acaba de expor, poder-se-ia deduzir que o balanço líquido estaria
equilibrado e que, em definitivo, não se geraria excedente de oxigênio, mas isso não é
certo: na realidade, a quantidade produzida durante o dia ultrapassa significativamente
a consumida.
A maior percentagem de oxigênio produzido corresponde às algas marinhas e às
plantas unicelulares. Entre as plantas superiores, a contribuição mais notável é a dos
grandes bosques e florestas tropicais. Nesse sentido, justifica-se classificar a
Amazônia como o autêntico pulmão da Terra, pelo que a intervenção humana na
região deve ser particularmente prudente, a fim de não alterar de forma irreversível
esse verdadeiro paraíso: a alteração acarretaria conseqüências imprevisíveis em escala
planetária.
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Fotossíntese
Fotossíntese
Quando os sacerdotes das religiões primitivas prestavam culto ao Sol, estavam
certamente executando algo mais que um mero ato simbólico. De uma forma ou de
outra, reconheciam um fato mais tarde confirmado pela ciência moderna: toda a vida
terrestre depende em última análise das radiações solares, graças às quais se forma a
matéria orgânica.
Fotossíntese é o processo pelo qual as plantas verdes e alguns outros organismos
transformam energia luminosa em energia química. Nas plantas verdes, a fotossíntese
aproveita a energia da luz solar para converter dióxido de carbono, água e minerais
em compostos orgânicos e oxigênio gasoso. Além das plantas verdes, incluem-se
entre os organismos fotossintéticos certos protistas (como as diatomáceas e as
euglenoidinas), as cianófitas (algas verde-azuladas) e diversas bactérias.
Características gerais. Por meio da fotossíntese constituem-se substâncias complexas
integradas por elevado número de átomos. Para isso, parte-se de compostos muito
simples, por meio dos quais se cria o alimento básico de que dependem numerosos
organismos, entre os quais os fungos e os animais, incapazes de realizar o processo
por si mesmos e, por isso, obrigados a obter a matéria orgânica já elaborada. As
bactérias fotossintéticas que executam esse processo são chamadas autotróficas, isto é,
promovem a síntese do próprio alimento, em oposição às heterotróficas, que vivem à
custa de outros seres vivos.
Aristóteles já havia observado que as plantas necessitavam de luz solar para adquirir a
cor verde, mas o estudo propriamente dito da fotossíntese começou em 1771 com as
observações efetuadas por Joseph Priestley. Esse químico inglês comprovou que uma
planta confinada numa redoma de cristal produzia uma substância (mais tarde
identificada como o oxigênio) que permitia a combustão. Também na segunda metade
do século XVIII o holandês Jan Ingenhousz sustentou que o dióxido de carbono do ar
era utilizado como nutriente pelas plantas, e no começo do século XIX Nicolas-
Théodore de Saussure demonstrou que os vegetais incorporavam água a seus tecidos.
Outros dados vieram completar os conhecimentos até então disponíveis sobre a
nutrição vegetal. Observou-se, por exemplo, que o nitrogênio era sempre retirado do
solo, assim como diversos sais e minerais, e que a energia proveniente do Sol se
transformava de algum modo em energia química, que ficava armazenada numa série
de produtos em virtude de um processo já então denominado fotossíntese.
Na segunda década do século XIX, isolou-se uma substância, a clorofila, que é a
responsável pela cor verde das plantas e desempenha papel importante na síntese da
matéria orgânica; mais tarde, Julius von Sachs demonstrou que esse composto se
localizava em orgânulos celulares característicos, posteriormente chamados
cloroplastos. O desenvolvimento das técnicas bioquímicas possibilitou em 1954 isolar
e extrair intactos esses orgânulos, quando Daniel Israel Arnon obteve cloroplastos a
partir das células do espinafre e conseguiu reproduzir em laboratório as reações
completas da fotossíntese.
Essas e outras descobertas permitiram determinar que a fotossíntese ocorre em duas
fases: uma clara, em que a energia luminosa solar é captada e a molécula de água se
decompõe para utilização do hidrogênio e liberação do oxigênio, e outra escura, em
que se verifica o chamado ciclo de Calvin, assim denominado em homenagem ao
bioquímico americano Melvin Calvin, que o pesquisou. Nessa fase, o carbono
procedente do dióxido de carbono do ar se fixa e se integra numa molécula
carboidratada.
Cloroplastos. A fotossíntese produz-se em orgânulos especiais da célula vegetal
denominados cloroplastos, de forma alongada, elíptica ou globular e revestidos de
uma membrana dupla. Em certas algas unicelulares só existe um cloroplasto,
enquanto em outras, como as do gênero Spirogyra, o orgânulo é achatado como uma
fita, e dispõe-se helicoidalmente. Nas plantas superiores pode haver várias dezenas de
cloroplastos, cujo tamanho se mede em micrômetros (um micrômetro é a milésima
parte de um milímetro).
A membrana externa é muito frágil e a interna apresenta numerosas dobras que
formam discos achatados chamados tilacóides, que por sua vez se empilham e
formam estruturas denominadas granos (ou grana, plural latino de granum). Aqui se
realiza a fase clara da fotossíntese. Os granos são unidos entre si por pequenas
lâminas semelhantes a varetas, as lamelas. O resto do conteúdo do cloroplasto,
semifluido, é o que se conhece como estroma e nele ocorrem a fase escura e o ciclo de
fixação do carbono. Os cloroplastos encontram-se nos órgãos verdes da planta, mas
são especialmente abundantes nas folhas, órgãos em que se realiza a maior parte da
fotossíntese nos vegetais superiores.
Clorofila. A substância a que as plantas devem sua cor verde e que é um dos
principais pigmentos captadores da luz é a clorofila. Além dela, existem outros
compostos fotossintéticos como as ficobilinas, de cor azul ou avermelhada, ou os
carotenóides, amarelados e responsáveis pelas cores purpúreas, vermelhas ou
alaranjadas de muitas algas.
A molécula da clorofila apresenta grande complexidade estrutural e compõe-se de
diversos elementos como carbono, oxigênio, hidrogênio e nitrogênio, mais um átomo
de magnésio. Este último se encontra unido a quatro átomos de nitrogênio, que
constituem uma série de anéis ou estruturas químicas fechadas, os núcleos pirrólicos.
Existe ainda uma longa cadeia chamada fitol, que se forma como uma comprida cauda
e é integrada, quase totalmente, por átomos de carbono e de hidrogênio.
Diferenciam-se vários tipos de clorofila, cada um dos quais se encontra
preferencialmente num determinado organismo vegetal. Assim, as plantas superiores
dispõem dos tipos a e b, enquanto as algas vermelhas têm clorofila d e as bactérias
fotossintéticas possuem uma molécula mais simples, a bacterioclorofila. A clorofila
tem a propriedade de absorver energia luminosa e emitir um elétron de sua molécula,
o qual é transferido para outros compostos e transportado para utilização na fase
escura.
Fase clara. A fase clara da fotossíntese verifica-se na presença da luz, pois é ela que
fornece a energia necessária para que ocorra todo o processo. A energia luminosa
quebra a molécula de água, formada por dois átomos de hidrogênio e um de oxigênio
(H2O), e libera o hidrogênio componente, enquanto o oxigênio se desprende, reação
que se denomina fotólise da água. Os hidrogênios serão empregados na formação de
uma série de moléculas redutoras (passam elétrons para outras), que mais tarde cedem
o mesmo hidrogênio ao dióxido de carbono (CO2), na fase escura.
Ao mesmo tempo, a luz chega à clorofila e faz com que desta se desprendam elétrons,
que passarão aos hidrogênios originados na fotólise da água por meio de uma cadeia
de substâncias transportadoras.
Na fase clara, portanto, prepara-se o material redutor (que cede elétrons) necessário à
segunda fase do processo fotossintético; produz-se oxigênio como resultado da quebra
da molécula de água; e formam-se, graças à contribuição energética da luz,
substâncias ricas em energia conhecidas como ATP (trifosfato de adenosina). Estas
contêm átomos de fósforo e, quando se decompõem, liberam a energia nelas
encerrada e possibilitam a ocorrência de reações biológicas imprescindíveis à vida do
organismo. O ATP pode ser considerado o combustível molecular dos seres vivos.
Em algumas bactérias fotossintéticas, a fase clara não determina o desprendimento de
oxigênio para o meio, já que contêm um tipo de clorofila diferente daquele que
possuem as plantas superiores.
Fase escura. Na ausência da luz, ocorrem no estroma do cloroplasto diversas e
complicadas reações (o ciclo de Calvin), graças às quais se formam as moléculas de
açúcares de que a planta necessita para viver. O carbono da molécula de dióxido de
carbono (CO2), que o vegetal tira do ar, capta os elétrons cedidos pelas moléculas
redutoras presentes no cloroplasto e passa a fazer parte de uma molécula de pentose,
açúcar de cinco átomos de carbono, que mais tarde se fraciona em duas moléculas,
cada uma com três átomos de carbono.
Esses últimos compostos sofrem uma série de modificações e, após sucessivos ciclos,
formam uma molécula de glicose, açúcar de grande importância para o metabolismo
de numerosos seres vivos. Como ocorre com todas as reações produzidas nos
organismos vivos, esses processos são regulados por diversas enzimas, compostos que
possibilitam e aceleram a conversão de umas substâncias em outras.
Fotossíntese e respiração. As células das plantas têm determinadas necessidades
energéticas para poderem realizar suas funções, e para tal requerem um consumo
contínuo de oxigênio. Dessa forma, os vegetais produzem oxigênio na fase clara da
fotossíntese e, paralelamente, absorvem esse elemento do meio em que se encontram.
Do que se acaba de expor, poder-se-ia deduzir que o balanço líquido estaria
equilibrado e que, em definitivo, não se geraria excedente de oxigênio, mas isso não é
certo: na realidade, a quantidade produzida durante o dia ultrapassa significativamente
a consumida.
A maior percentagem de oxigênio produzido corresponde às algas marinhas e às
plantas unicelulares. Entre as plantas superiores, a contribuição mais notável é a dos
grandes bosques e florestas tropicais. Nesse sentido, justifica-se classificar a
Amazônia como o autêntico pulmão da Terra, pelo que a intervenção humana na
região deve ser particularmente prudente, a fim de não alterar de forma irreversível
esse verdadeiro paraíso: a alteração acarretaria conseqüências imprevisíveis em escala
planetária.
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sábado, 3 de julho de 2010
ANELÍDEOS - MOLUSCOS ARTRÓPODES
2.1 - Anelídeos
Muito comuns nas hortas e terrenos úmidos, as minhocas estão entre os mais
conhecidos anelídeos. O húmus, camada fértil do solo, é em grande parte produto da ação
das minhocas, por isso chamadas de "arados da natureza".
Os anelídeos constituem um filo do reino animal que compreende os vermes mais
evoluídos. Seu nome deriva do fato de ter o corpo dividido em segmentos ou "anéis",
peculiaridade que o aproxima dos artrópodes, também segmentados. As semelhanças
entre anelídeos e artrópodes levaram alguns autores a reunir os dois grupos em um único
filo, o dos articulados.
Acredita-se que os anelídeos primitivos tinham o corpo constituído de segmentos
iguais, com os mesmos órgãos. De fato, mesmo nos anelídeos atuais, todos os segmentos
são atravessados pelo tubo digestivo e pelos vasos sangüíneos longitudinais. Apresentam
um par de nefrídios, uma ampla cavidade celomática e um par de gânglios nervosos
unidos aos dos outros segmentos por nervos longitudinais. Entretanto, a segmentação
nunca é totalmente homogênea, pela tendência de alguns órgãos a se concentrarem em
certos segmentos. Assim, os órgãos reprodutivos ficam geralmente confinados à região
mediana do corpo, e os sensoriais, à região anterior (cefálica).
2.1.1 - CLASSIFICAÇÃO
Na maioria dos anelídeos, a superfície do corpo apresenta cerdas, o que serve de
base para a divisão do filo em três classes: poliquetos, oligoquetos e aquetos.
Poliquetos. Com grandes tufos de cerdas (parápodes) implantadas em expansões
laterais do corpo, os poliquetos são, em geral, marinhos, mas existem alguns de água
doce. Muitas espécies são planctônicas, ou seja, vivem flutuando passivamente; outras
arrastam-se por entre as rochas do fundo; e outras ainda vivem dentro de tubos por elas
mesmas construídos. Seu tamanho varia de milímetros até um ou dois metros, como
certos representantes da ordem dos eunicídeos, conhecidos como "minhocão dourado" ou
"dourada", pelo aspecto iridescente do corpo.
Oligoquetos. Apresentando em cada segmento uma fileira circular de cerdas
curtas, muitas vezes incompleta, os oligoquetos compreendem os anelídeos vulgarmente
chamados de minhocas, cujo tamanho também varia de milímetros até cerca de dois
metros, como nos minhocuçus (família dos megascolecídeos) das florestas brasileiras.
Segundo Charles Darwin, as minhocas, em condições favoráveis, podem trazer para a
superfície cerca de nove toneladas de solo por hectare em um ano, contribuindo assim
para a mistura da matéria orgânica e mineral. A maioria dos oligoquetos é terrestre, de
regiões úmidas e hábitos subterrâneos; um número razoável de espécies vive na água
doce; raras são marinhas.
Aquetos. Mais freqüentemente denominados hirudíneos e, vulgarmente,
sanguessugas, os aquetos não apresentam cerdas e sua segmentação é menos nítida. São
predadores ou parasitas, vivem principalmente à custa do sangue de seus hospedeiros, que
sugam com uma ventosa instalada ao redor da boca.
Outros grupos. Além dessas três grandes classes, existem dois pequenos grupos:
os arquianelídeos, de certo modo relacionados com os poliquetos, e os misostomídeos,
possivelmente aparentados com os hirudíneos.
Morfologia. O aspecto exterior dos anelídeos varia bastante, conforme a classe,
desde a aparência lisa e homogênea das minhocas e sanguessugas, até os exuberantes
penachos e cabeleiras formados pelas brânquias e órgãos coletores de alimentos de certos
poliquetos tubícolas. No primeiro segmento encontra-se a boca e no último o ânus. Essas
aberturas delimitam o trajeto do tubo digestivo.
O aparelho digestivo apresenta morfologia variada, conforme os hábitos
alimentares. O aparelho circulatório é basicamente formado por um vaso longitudinal
dorsal, sobre o tubo digestivo, e por dois vasos longitudinais ventrais, um deles situado
sob o tubo digestivo e outro sob o cordão nervoso. A respiração ocorre, em alguns, em
redes capilares nas paredes do corpo (minhocas); em outros, através de contrações
musculares, e a troca gasosa ocorre nas paredes do intestino terminal. O aparelho excretor
é formado por uma série de tubos, com uma extremidade aberta para o exterior e a outra,
para o celoma.
O padrão do sistema nervoso é o mesmo em todos os anelídeos e os órgãos dos
sentidos refletem o tipo de vida que leva o animal: são mais desenvolvidos em alguns
(sanguessugas e poliquetos) e menos em outros, como as minhocas, que têm vida
subterrânea. Os poliquetos, na maioria dos casos, têm sexos separados, enquanto os
demais anelídeos são hermafroditas. Salvo raríssimas exceções, a fecundação dos
poliquetos é externa. Os gametas são descarregados na água, onde ocorre a fecundação.
Nos anelídeos hermafroditas, ocorre a cópula e troca de espermatozóides entre os
parceiros. A fecundação, todavia, se dá posteriormente, quando os espermatozóides
recebidos pelo animal e armazenados em receptáculos seminais fecundam seus óvulos.
2.2 - Artrópodes
Um dos grupos sistemáticos que alcançaram maior evolução no reino animal foi o
dos artrópodes. Sua variedade de formas e dimensões -- compreende seres de poucos
décimos de milímetro, como certos ácaros, e espécimes que atingem dois metros, como
alguns caranguejos tropicais -- atraem a atenção dos que estudam a evolução dos animais
e sua adaptação ao meio ambiente.
2.2.1 - Características gerais
Artrópodes são animais invertebrados caracterizados por possuir patas e
apêndices articulados e o corpo formado de segmentos ou anéis. Uma cobertura
geralmente espessa, chamada exosqueleto, reveste o corpo, proporcionando uma espécie
de proteção articulada aos músculos e órgãos. As fibras musculares são estriadas. O
aparelho mastigador e os órgãos sensoriais localizam-se na cabeça. No caso dos
artrópodes mais simples, o corpo tem duas partes: cabeça e tronco (miriápodes). O tronco
pode se apresentar dividido em tórax e abdome (insetos). A cabeça e o tórax podem
também juntar-se, formando o cefalotórax (aranhas e alguns crustáceos). Os artrópodes
são os únicos animais, entre os invertebrados, que além de possuírem corpo e pernas
articulados, condição capaz de garantir sua existência em qualquer tipo de habitat,
desenvolveram asas ao longo de sua evolução, para se deslocarem também pelo ar. Essa é
uma das razões para sua presença em qualquer parte do planeta. O ramo dos artrópodes
(na verdade, um filo) inclui aproximadamente oitenta por cento das espécies animais
conhecidas. Outra razão de sua onipresença é a sua insuperável capacidade de adaptação
ao meio. Muda e crescimento. Para crescer, o artrópode precisa perder sua armadura
exterior, que só permite o crescimento dentro de limites muito estreitos. Essa mudança
ocorre quando o animal abandona o exosqueleto antigo, saindo por uma fenda
longitudinal formada ao longo do dorso ou da parte lateral do corpo. Enquanto esse
revestimento é novo e ainda não enrijeceu, o animal poderá crescer mas, quando
endurece, o crescimento pára até a próxima muda. Se o esqueleto exterior ainda está
flexível, o animal fica desprotegido e, geralmente, se esconde.
Musculatura e movimento. Os músculos de movimento são estriados e se
inserem nas dobras internas da película próxima às articulações. A maior parte dessa
musculatura é longitudinal e segmentada. Raramente se desenvolvem músculos
circulares, enquanto há abundância de músculos oblíquos, dorsoventrais, superficiais e
profundos, constituindo um conjunto complexo. O sistema muscular associa-se ao
esqueleto para produzir movimento e locomoção, como nos vertebrados. A diferença é
que, nos artrópodes, os músculos se prendem à superfície interna do esqueleto externo
(exosqueleto) e ficam por dentro dele, e nos vertebrados os músculos se prendem à
superfície externa do esqueleto (interno) e o envolvem.
Órgãos e funções. O aparelho circulatório não é fechado e compõe-se de largos
espaços vasculares, as lacunas hemocélicas, que banham os diversos órgãos. O sangue é
enviado por um coração dorsal às principais artérias que, quase sempre, terminam nas
lacunas. De lá, o sangue volta e entra no coração, onde entra por dois orifícios (óstios).
Estes se abrem para receber o sangue e depois se fecham, enquanto o coração se contrai e
força o sangue a retornar às artérias. Vasos finos, capilares, não existem. O sangue,
conforme a presença e natureza dos pigmentos respiratórios -- como hemoglobina e
hemocianina, dissolvidos no plasma --, pode ser verde, azul, vermelho ou incolor.
O aparelho respiratório, na maioria dos artrópodes terrestres, funciona por meio de
traquéias, condutos reforçados por anéis. Esses canais se ramificam em tubos finos,
cheios de ar, que partem da superfície do corpo e terminam junto às células dos tecidos.
O aparelho digestivo se compõe da boca, que se prolonga na faringe; do intestino
médio, que atua na absorção dos alimentos; e do intestino terminal, que absorve água e
possibilita a consolidação das fezes. Quanto à excreção, os artrópodes possuem
celomodutos, canais de origem mesodérmica, que comunicam as cavidades com o
exterior. São exemplos de órgãos excretores a glândula antenar e maxilar dos crustáceos,
e os rins labiais ou maxilares dos diplópodes. As substâncias excretadas também variam.
O sistema nervoso consiste em um par de filamentos ventrais com duas
protuberâncias ganglionares em cada segmento, que se ramificam para os órgãos e
membros. O cérebro é constituído de três regiões: a anterior, que inerva os olhos; a
segunda (ou deutocérebro), que recebe os nervos das antenas (primeiro par de antenas nos
crustáceos) e contém centros de associação; e a terceira (tritocérebro), cujos nervos vão
para o lábio inferior, paracotrato digestivo, quelíceras e segundo par de antenas, no caso
dos crustáceos. O motivo da concentração de órgãos importantes na cabeça dos
artrópodes (cefalização) é a presença de órgãos sensoriais bastante desenvolvidos, como
os olhos e as antenas. Muitos artrópodes têm olhos simples, outros compostos e outros
ainda, entre os quais numerosas espécies de insetos, olhos de ambos os tipos. É imensa a
variedade de órgãos dos sentidos nesses animais: supera a de todos os outros
invertebrados e tem extraordinárias especializações, como no caso das abelhas, que, por
movimentos rítmicos do corpo, captam e transmitem informações a respeito da distância
e direção da colméia e do alimento. Órgãos especiais percebem peso, tensão etc. Outros
órgãos medem a intensidade da luz, como os olhos, ou captam informações tácteis,
olfativas ou vibratórias, como as antenas.
A reprodução não se dá de forma invariável, pois os ovos, em algumas espécies,
são fertilizados dentro do aparelho genital feminino e, em outras, fora dele. Há
dimorfismo sexual, mas é significativo o número de casos de hermafroditismo. Muitos se
acasalam por meio de apêndices transformados. Em geral, há uma única abertura genital
externa, mas podem existir duas. Nas formas terrestres, a fecundação é sempre interna;
nas aquáticas, pode ser externa.
2.2.2 - CLASSIFICAÇÃO
De modo geral, as 11 classes de artrópodes podem ser englobadas em três grandes
grupos: (1) trilobitas -- aquáticos, de antenas pré-orais e apêndices birremes, iguais em
todos os segmentos (todos fósseis); (2) quelicerados -- sem antenas, com um par de
apêndices preênseis antes da boca, as quelíceras, e um par de apêndices táteis, os
pedipalpos: euripterídeos (fósseis), xifosurídeos, picnogonídeos e aracnídeos; (3)
mandibulados -- com um ou dois pares de antenas e um par de mandíbulas: crustáceos,
quilópodes, diplópodes, hexápodes, paurópodes e sínfilos.
Os quilópodes, diplópodes, paurópodes e sínfilos formavam antigamente a classe
dos miriápodes, que os zoólogos atuais não mais reconhecem.
Artrópodes como agentes de doença. Vários artrópodes são agentes causadores de
doenças e portadores de microrganismos patogênicos.
Ácaros. O sarcoptes scabili é o ácaro responsável pela sarna humana (escabiose),
doença de pele cujas lesões se localizam nas axilas, aréolas mamárias, abdome, nádegas,
pênis, cotovelo, punho, raramente pescoço e rosto. A coceira é sua principal manifestação
e aparece, geralmente, em pessoas com precários hábitos de higiene. É doença bastante
contagiosa. Nos indivíduos nunca atingidos antes, leva um mês para se manifestar. Nos
reincidentes, progride rapidamente.
Piolhos. As infestações cutâneas causadas por piolhos (muquiranas) são chamadas
pediculoses. Existem três tipos: (1) do couro cabeludo, provocada pelo Pediculus capitis:
seu principal sintoma é a coceira no couro cabeludo, na região occipital; as fêmeas do
parasita depositam ovos (lêndeas) que se fixam nos cabelos por meio de uma substância
gelatinosa; às vezes, o parasita migra para os supercílios e pêlos do tórax e das axilas; (2)
do corpo, produzida pelo Pediculus corporis: seus principais sintomas são coceira e
pequenas escoriações lineares cobertas de crostas hemorrágicas; e (3) do púbis, causada
pelo Phthirius pubis, vulgarmente conhecido como "chato": embora prefira localizar-se na
região pubiana, o P. pubis pode alcançar as axilas, o bigode, os cílios e supercílios e, mais
raramente, os cabelos; de corpo achatado, agarra-se aos pêlos e introduz firmemente a
cabeça no orifício do folículo piloso, tornando-se difícil retirá-lo daí; deposita suas
lêndeas nos pêlos; o contágio dessa pediculose ocorre, principalmente durante o ato
sexual, mas também pode ocorrer em banheiros e privadas; seu sintoma é a coceira
intensa.
Pulgas. São comuns as lesões cutâneas produzidas por pulgas, como a do cão, a
do gato e a do rato. Esta última é o mais temível transmissor da peste bubônica.
Bichos-de-pé. O Sarcopsylla penetrans e o Tunga penetrans, comuns nos meios
rurais, causam a sarcopilose e a tungíase, infecções cujos sintomas são coceira e dor, e
que causam pequenos abscessos.
Moscas. A mosca doméstica (Musca domestica) facilita a disseminação da febre
tifóide. As larvas (berne) das moscas (Dermatobia hominis) e das varejeiras (Callitroga
hominivorax) produzem miíase ou bicheira no homem e nos animais. A aplicação de um
simples pedaço de toucinho atrai a larva para fora.
Carrapatos. São parasitas de animais, comuns no meio rural.
Barbeiros. Hematófagos de hábitos noturnos que se abrigam nas frestas das casas de paua-
pique e são vetores do Trypanosoma Cruzi, causador da doença-de-chagas.
Percevejos. Esses pequenos artrópodes abandonam, à noite, os esconderijos e
saem em busca de seu alimento -- o sangue do homem e dos animais, que sugam através
da pele; provocam diversos tipos de lesões cutâneas.
Mosquitos. A variedade conhecida por "borrachudo" ataca principalmente as
pernas do homem, produzindo infiltração dolorosa e prurido muitas vezes insistente. O
mosquito-pólvora tem picada muito pruriginosa. Dentre os culicídios, há os que
transmitem a malária, a febre amarela e a filariose.
Aranhas. Algumas espécies são nocivas ao homem. A picada das aranhas dos
gêneros Latrodectus e Lycosa é responsável pelo aparecimento de edemas e petéquias. As
ulcerações demoram a cicatrizar e, em certos casos, como o da viúva-negra (Latrodectus
mactans), podem ser mortais.
Escorpiões. Sua picada tem conseqüências graves, pode provocar náuseas, torpor,
convulsões, taquicardia e até a morte.
Centopéias. A picada desses artrópodes causa eritema ou edemas discretos, com intensa
dor.
Vespas, abelhas e marimbondos. Sua picada causa dor forte, podendo produzir
outras reações gerais, como choque anafilático.
Taturanas. Suas larvas produzem eritema vivo, com ardor intenso; regride em
três dias. Cantáridas. Coleópteros que provocam placas pouco edemaciadas, mas muito
pruriginosas. No Brasil, o Paederus brasiliensis e o P. fuscipes são os responsáveis por
essas manifestações.
2.3 - Moluscos
Encontrados nos mais diferentes habitats, desde oceanos profundos até altas
montanhas, os moluscos constituem um dos mais diversificados filos animais. Foram
descritas mais de 75.000 espécies vivas -- tão variadas quanto o caracol, o polvo e a ostra
-- e 35.000 fósseis, o que indica que o filo tem sido muito bem-sucedido ao longo da
evolução.
Moluscos são animais invertebrados dotados de celoma (cavidade situada entre a
parede do corpo e os órgãos internos) e constituídos, em sua maior parte, por três regiões
corporais: cabeça (inexistente nos bivalves e em certos grupos de estrutura rudimentar);
massa visceral, com os órgãos mais importantes, que é envolvida por um manto carnoso
mole, revestido, na maioria das espécies, por uma concha calcária; e pé, musculoso e de
finalidade locomotora.
Depois dos artrópodes, os moluscos constituem o filo mais importante de animais
invertebrados, tanto pelo número de espécies, quanto pelo desenvolvimento e a perfeição
alcançados por alguns de seus sistemas orgânicos. Presentes nos mais antigos estratos
geológicos em que se encontraram vestígios de vida animal, disseminaram-se por todos
os mares, deixando fósseis característicos em diversos períodos da história geológica.
2.3.1 - CARACTERÍSTICAS FISIOLÓGICAS E
MORFOLÓGICAS
Em alguns moluscos, como os cefalópodes (polvos e lulas, entre outros), o pé se
transformou, ao longo da evolução, num conjunto de tentáculos providos de ventosas. Em
muitos gastrópodes terrestres, como os caramujos e caracóis, o pé é a massa muscular e
viscosa que se arrasta pelo solo, última parte a se introduzir na concha quando há situação
de perigo.
As camadas externas do corpo formam, na região dorsal, uma prega ou manto que
segrega a concha -- estrutura mineralizada cuja função é proteger o molusco. Dos
diversos componentes da concha, no máximo noventa por cento são substâncias
inorgânicas, principalmente carbonato de cálcio. A espessura da concha acha-se
estreitamente relacionada a certos fatores ambientais, como por exemplo o grau de
acidez, a temperatura e a salinidade da água do ambiente.
Nos caracóis, a concha assume forma de espiral, enquanto nos bivalves compõe-se
de duas partes articuladas (valvas), que se fecham devido à ação de vários músculos. Nos
cefalópodes, a concha em geral se resume a uma estrutura cartilaginosa interna, como a
"pena" da lula. Em outras classes de moluscos, o corpo pode ser protegido por várias
placas calcárias que se dispõem em seqüência, como nos quítons, ou por uma concha
alongada, cônica, arqueada e aberta nas extremidades, como nos dentálios. Os moluscos
terrestres, como caracóis e lesmas, têm pulmões que os habilitam a respirar o oxigênio do
ar. As espécies aquáticas respiram por brânquias.
No tegumento, ou tecido de revestimento, há células portadoras de pigmentos
denominadas cromatóforos, que, por contração ou dilatação, provocam mudanças na
coloração do animal. Aparecem também numerosas glândulas, algumas delas capazes de
emitir radiações luminosas, como os fotóforos dos cefalópodes, e outras que elaboram
substâncias coloridas sob a ação da luz, como a púrpura dos múrices, muito apreciada
pelos antigos povos mediterrâneos.
O aparelho digestivo se compõe de boca, em geral com uma rádula ou "língua"
quitinosa e áspera para ralar alimentos; esôfago e estômago, este último com um estilete
cristalino ou formação mucóide que mistura as partículas nutritivas; hepatopâncreas,
glândula que segrega enzimas digestivas; e intestino, que termina no ânus.
O sangue contém diferentes pigmentos que transportam o oxigênio do exterior
para os tecidos orgânicos. O coração vai desde uma simples invaginação do pericárdio,
nos escafópodes, até um órgão bem diferenciado, nos cefalópodes, nos quais é
inteiramente arterial e tem um ventrículo mediano e de duas a quatro aurículas. A
circulação, que é essencialmente lacunar nos moluscos inferiores, efetua-se por um
sistema completo de vasos, nos cefalópodes. Geralmente incolor com amebócitos, o
sangue pode ser também azulado, devido ao pigmento hemocianina, ou vermelho, cor que
resulta da hemoglobina, presente em aplacóforos, alguns bivalves e poucos gastrópodes.
O volume do sangue em bivalves e gastrópodes permite a manutenção da turgescência
das diversas partes do tegumento.
O sistema nervoso apresenta uma série de massas ganglionares, conectadas entre
si e com os gânglios cerebrais, as quais se incumbem de estimular a atividade de
diferentes partes do corpo. Nos polvos, a massa cerebróide adquire grande volume e os
capacita à aprendizagem de numerosas situações importantes à sobrevivência.
Paralelamente ao desenvolvimento cerebral, distinguem-se nos polvos olhos muito
complexos, formados de câmaras, que os dotam de notável visão, fato relacionado ao tipo
de vida eminentemente ativa e predadora desses cefalópodes.
A reprodução é sexuada e os sexos freqüentemente estão separados, à exceção de
alguns gastrópodes e bivalves, nos quais se registra hermafroditismo (cada indivíduo tem
ao mesmo tempo órgãos reprodutores femininos e masculinos). Os moluscos marinhos
apresentam um estágio larvar característico, a chamada larva trocófora, que tem aparência
cônica e é dotada de numerosos cílios, com os quais produz correntes na água para se
deslocar.
2.3.2 - ECOLOGIA DOS MOLUSCOS
Um número elevado de moluscos vive em meios marinhos, seja em grandes
profundidades, seja em áreas costeiras, e há também os que levam vida pelágica, como os
cefalópodes, e se deslocam livremente pelos oceanos. Outras espécies colonizaram meios
de água doce, como ocorre com certos bivalves -- entre eles os do gênero Unio -- e
gastrópodes, ou então se adaptaram a meios terrestres, como os caracóis e as lesmas.
Certos caracóis, como os dos gêneros Planorbis e Limnaea, se desenvolvem em águas
estanques, das quais emergem à superfície, de tempos em tempos, para respirar.
As plataformas continentais, zonas de menor profundidade que margeiam os
continentes, são um meio propício à proliferação de numerosas espécies. Algumas vivem
semi-enterradas na areia do fundo; outras se fixam às pedras do litoral e se mantêm a
descoberto quando baixa a maré; e muitas vivem em recifes de corais e se desenvolvem
por entre as colônias de celenterados.
Os hábitos de alimentação dos moluscos são variados. Muitos são herbívoros e se
nutrem de vegetais terrestres, como ocorre com os pulmonados, lesmas e caracóis, que
vagueiam à cata de comida por hortas e campos úmidos, ou de organismos aquáticos,
como ocorre com as lapas e os quítons, que ingerem algas. As lapas fixam-se às rochas
costeiras, graças à ação dos músculos do pé locomotor, e por elas podem se deslocar para
se alimentar das algas que eventualmente aí estejam aderidas.
Outras espécies de moluscos têm dietas carnívoras e são vorazes predadores,
como é o caso dos cefalópodes e de muitos gastrópodes marinhos. Entre esses se
encontram os múrices, que furam a concha dos bivalves mediante o uso de órgãos
perfuradores situados na parte anterior do pé; e os do gênero Conus, que secretam
substâncias tóxicas, com as quais paralisam as presas, que depois fisgam com estruturas
semelhantes a trombas. Entre os moluscos perfuradores se incluem ainda os do gênero
Teredo, também chamados ubiraçocas, que esburacam madeira, causando dano a
embarcações e a instalações portuárias, e os do gênero Lithophaga, que atacam rochas
calcárias ao lançarem sobre elas secreções ácidas.
2.3.3 - CLASSIFICAÇÃO
A maioria dos moluscos pertence a uma de três grandes classes: a dos
gastrópodes, que compreende os caracóis terrestres e marinhos; a dos bivalves, também
chamados de lamelibrânquios ou pelecípodes, com espécies representativas como as
ostras e os mexilhões; e a dos cefalópodes, que inclui principalmente polvos e lulas.
Gastrópodes. Os gastrópodes apresentam cabeça bem diferenciada, com
tentáculos tácteis e outros nos quais se dispõem os olhos. Têm o pé muito típico, grosso e
proeminente, sobre o qual se assenta a massa visceral, encerrada na concha. Devido à
formação da concha, os órgãos mais importantes do corpo experimentam um processo de
torção ou giro em relação ao eixo longitudinal, com o que o aparelho digestivo se curva e
o sistema nervoso sofre um cruzamento em seus cordões neurais. Nos organismos
marinhos, a respiração é branquial e nos de terra firme e de água doce, é pulmonar.
Quando o animal se acha em perigo, retrai o corpo e o esconde no interior da
concha, o que as formas terrestres também fazem ao entrarem em letargia para enfrentar o
inverno. Neste último caso, a abertura da concha é tapada com muco que se solidifica ao
secar, impedindo, assim, a perda de umidade. Certas espécies aperfeiçoaram ainda mais o
sistema e formam uma pequena placa calcária, em forma de disco, com a qual vedam
completamente a abertura.
A concha se dispõe em espiral, se bem que em determinadas espécies terrestres
ela tenha desaparecido de todo (lesmas vaginulídeas) ou se reduza a uma casca achatada,
fina e oculta sob o manto (lesmas limacídeas). Caramujos e caracóis se distinguem pelas
formas elaboradas e beleza de suas conchas. O primeiro nome, no Brasil, designa todos os
gastrópodes de água doce ou salgada, quer pulmonados, quer providos de brânquias,
enquanto o segundo se restringe aos pulmonados terrestres com concha fina e de
pequenas dimensões. Representantes dos dois grupos são extremamente comuns na fauna
brasileira. Citam-se entre os caramujos os aruás do gênero Ampullarius, os bulimos do
gênero Strophocheilus, o linguarudo (Lintricula auricularia), o preguari (Strombus
pugilis) e búzios como Cassis tuberosa. Entre os caracóis, sobressaem os dos gêneros
Bradybaena, Leptinaria e Subulina. Gastrópodes marinhos bem conhecidos no Brasil e
em várias partes do mundo são as lapas do gênero Patella, os múrices do gênero Murex, a
litorina (Littorina littorea), as porcelanas e chaves do gênero Cypraea.
Bivalves. Em sua maior parte, os bivalves -- ou pelecípodes -- são marinhos. Sua
concha se constitui de duas valvas que se fecham como tampas graças à contração dos
chamados músculos adutores; a articulação das valvas se processa mediante a charneira,
freqüentemente denteada, que as mantém unidas.
A respiração se efetua por meio de brânquias laminares, razão pela qual esses
animais também são conhecidos como lamelibrânquios. Tais lâminas, ao mesmo tempo,
filtram partículas alimentícias em suspensão na água. Algumas espécies, como as
amêijoas, dispõem de estruturas tubuliformes -- os sifões branquial e cloacal -- pelas
quais absorvem substâncias nutritivas e eliminam os resíduos oriundos da atividade
metabólica.
Entre os bivalves acham-se espécies muito utilizadas na alimentação humana,
entre elas o mexilhão da Europa (Mytilus edulis) e seus correspondentes brasileiros, os
mariscos conhecidos por nomes como sururu ou bacucu, a ostra (Ostrea edulis), a navalha
européia (Ensis ensis), a unha-de-velha alagoana (Tagelus gibbus) ou a famosa coquille
Saint-Jacques francesa (Pecten jacobeus), conhecida também como concha-de-romeiro.
Referência à parte merece a enorme Tridacna gigas do Pacífico, que alcança 1,30m e
cujas conchas foram usadas em igrejas antigas como pias batismais.
Cefalópodes. A classe dos cefalópodes congrega espécies habituais em alto-mar,
capazes de se deslocarem por propulsão, até mesmo em águas profundas, graças à forte
emissão de líquido através de um sifão. Cefalópodes como os polvos e lulas são dotados
de uma glândula produtora de tinta escura, que pode ser esguichada para turvar a água e
assim prejudicar a visão de seus eventuais predadores.
Algumas espécies, como os náutilos, possuem concha externa espiralada, ao passo
que em muitas outras, entre as quais os polvos, lulas e sépias, a concha tornou-se
vestigial, reduzida a uma pequena lâmina cartilaginosa ou coriácea no interior do corpo.
Traço característico dos cefalópodes desprovidos de concha é a presença de tentáculos
terminados em ventosas ao redor da cabeça, em número variável, mas na maioria das
vezes entre oito e dez. Animais como os polvos são por isso chamados de octópodes,
cabendo às lulas e sépias a designação de decápodes. Os argonautas configuram um grupo
à parte, por associarem a existência de tentáculos à de uma concha bem constituída,
embora fina e frágil, que serve entre outras coisas para a incubação de seus ovos.
Nas espécies do gênero Nautilus, que ocorrem sobretudo nos oceanos Índico e
Pacífico, a concha nacarada e de grande valor ornamental consiste de cerca de 36
câmaras, na última das quais o animal vive. Todas as câmaras se comunicam por um
tubo, o sifúnculo, pelo qual há uma intensa circulação de gases, para dentro e para fora
dos diversos compartimentos. Em decorrência disso, a concha funciona como uma bóia
ou órgão hidrostático, que facilita ao molusco a ascensão e a descida na água. Os náutilos
possuem também dezenas de pequeninos tentáculos contráteis, que utilizam para a
captura de camarões e outras presas de que se nutrem.
Outras classes. Os moluscos incluem também outras classes, com menor número
de espécies. Os monoplacóforos, como os do gênero Neopilina, são muito primitivos,
enquanto os escafópodes (gênero Dentalium) possuem concha de forma tubular. Na
classe dos anfineuros incluem-se os poliplacóforos (tipificados pelo gênero Chiton) e os
solenogastros (aplacóforos), semelhantes a vermes e sem concha, mas incluídos entre os
moluscos pelas características de seus estágios larvares.
Gastrópodes; Invertebrados; Lula; Mexilhão; Náutilo; Ostra; Polvo
3 - CONCLUSÃO
Conclui-se que a preservação da natureza é necessária,
levando em consideração o perigo que a destruição causa aos
menores animais, que a gente nem dá conta de que existe, mas que
os afeta em grande freqüência.
4 - BIBLIOGRAFIA
©Encyclopaedia Britannica do Brasil Publicações Ltda.
Almanaque Abril 98
Almanaque Abril 97
Almanaque Abril 96
Almanaque Abril 94
Enciclopédia Digital
Enciclopédia Encarta
No Problem
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